Visite a instalação “Atelier como espaço de conversa”, de Olga Robayo, na Subterrânea, até o dia 30 de maio. Olga utilizou 50 pallets de madeira e uma grande quantidade de roupas para compor a instalação que abrigou diversos eventos no mês de maio na Subterrânea, como lançamento do livro “A palavra está com elas”, mesa redonda e performance. A instalação funde-se completamente com o ambiente do Atelier Subterrânea por utilizar não apenas os pallets, como elementos do próprio espaço que estavam obsoletos, criando ambientes de conversa, de trabalho, de apresentação e difusões. Após o encerramento, as roupas que compõem a instalação serão doadas para a Campanha do Agasalho da Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul.

 

Veja um trecho da entrevista realizada com a artista:

(…)

Foi aí que tu começaste a trabalhar com os pallets?

Isso, foi aí que comecei a trabalhar com os pallets, com embalagens, porque todas estas estruturas de madeiras eram modulares e eu gosto muito deste momento da história da arte quando as pessoas estão buscando uma expressão mais minimalista. Estes módulos que podem se repetir sempre me pareceram atrativos. Com os pallets era o mesmo: eram como módulos, em que se acomodam as caixas de papelão que têm medidas proporcionais. Depois há os produtos proporcionais que vão dentro das caixas. As latas, por exemplo – têm que ter as mesmas medidas. Até as bananas, inclusive, precisam ter certas medidas que são proporcionais às caixas que, por sua vez, são proporcionais aos pallets. Entendi então como estava tudo manipulado de uma forma a enquadrar dentro um sistema.

Um sistema quantitativo.

Quantitativo e não qualitativo.

Curioso, porque uma “banana” com medidas diferentes, por mais que estivesse boa, era descartada então.

Sim! Tudo tem que ter uma medida exata. E, de repente, era a situação que eu estava experimentando: para poder participar de um sistema de arte, eu precisava ir à universidade correta, fazer um mestrado na escola correta, fazer as mostras nos locais corretos – enfim, corresponder a todo este sistema para ter sucesso. Mas, bom, também me confrontei com a ideia de que esse sucesso era uma merda e não me interessava. Interessava-me mais saber como entrar nestas estruturas e trabalhar a partir disso.

 

Confira a entrevista na íntegra no site do projeto aqui