No dia 26 de abril, sábado, às 18h, acontece a abertura da exposição Obscenidades para donas de casa, de Amélia Brandelli e Cláudia Barbisan, no Atelier Subterrânea. Parte do projeto Atelier como espaço de conversa, contemplado pelo  Prêmio Mulheres nas Artes Visuais, da Funarte em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a exposição busca colocar em diálogo as produções das duas artistas gaúchas e criar um espaço de conversa bem-humorada entre obras que lidam com diversos aspectos do universo feminino – da afetividade à obscenidade, do corpo ao erotismo.

No dia da abertura (26/4),  às 17h, as artistas participam de uma conversa mediada pela curadora da exposição e proponente do projeto, Lilian Maus.

 

SERVIÇO:
Exposição Obscenidades para donas de casa – Amélia Brandelli e Cláudia Barbisan
Curadoria: Lilian Maus
Onde: Atelier Subterrânea (Av. Independência, 745, Porto Alegre)
Abertura: 26 de abril, sábado, 18h / Conversa com as artistas e curadora: 17h
Visitação: até 30 de maio, de segunda a sexta, das 14h às 18h.
Agendamentos para outros horários de visitação: ateliersubterranea@gmail.com
Entrada franca

 

 

Projeto

Além de Obscenidades para donas de casa, também faz parte do projeto Atelier como espaço de conversa um livro de entrevistas realizadas com diversas mulheres envolvidas no campo da arte contemporânea (Glória Ferreira, Fabiana Faleiros, Vera Chaves Barcellos, Beatriz Lemos, Maria Helena Bernardes, Francisca Caporali, Samantha Moreira, Lia Menna Barreto, Bruna Fetter e Cristiana Tejo). O lançamento da publicação bilíngue acontece na Subterrânea, no dia 15 de maio, com performance da artista Fabiana Faleiros, instalação de Olga Robayo, mesa redonda com Francisca Caporali e Samantha Moreira. Uma oficina de curadoria ministrada por Beatriz Lemos, entre 8 e 9 de maio, também compõe o cronograma de atividades do projeto.

Para saber mais sobre as atividades, entrevistas e notícias, acesse a plataforma Mulheres na Arte Contemporânea

 

Cláudia Barbisan

 

Amélia Brandelli

 

 

Apreciação crítica de Lilian Maus, curadora da exposição

Eros ronda a produção artística de Amélia Brandelli e Cláudia Barbisan

Por Lilian Maus

A mostra Obscenidades para donas de casa, que ocorre de 26 de abril a 30 de maio de 2014, no Atelier Subterrânea (Av. Independência, 745/Subsolo), integra o projeto Atelier como espaço de conversa, contemplado pelo Prêmio Mulheres nas Artes Visuais, da Funarte em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria de Políticas para as Mulheres. A proposta curatorial parte do desafio lançado às artistas de refletir sobre o erotismo que atravessa e irrompe o desejo de produzir arte, a partir do olhar sobre objetos que remetessem ao seu universo feminino particular.

O título da exposição é uma livre adaptação do conto Obscenidades para uma dona de casa, de Ignácio de Loyola Brandão, em que a rotina de uma dona de casa é quebrada pela chegada de cartas eróticas de um admirador secreto. Ao final da história, essas cartas revelam-se objetos de um jogo criado por ela própria. Às vezes, é algo estrangeiro e inédito que desperta nosso desejo, outras, são aqueles objetos mais próximos, guardados em lugares da memória para o qual somos arremessados quando menos esperamos. O processo artístico não deixa de ser também um jogo com Eros, que na mitologia grega é um deus com a força de unir, juntar os diferentes, representado também pelo cupido.

Na mostra, o jogo afetivo é o alvo: tanto no recorte das obras, como ao propor um diálogo bem-humorado entre duas artistas que tem um forte elo de amizade. Amélia resgata um objeto da memória que lhe é caro: o tetrápode – ou seria uma mulher de pernas abertas? A imagem lhe remete à infância nos molhes da praia do Cassino, em Rio Grande. Esse objeto de desejo/desenho está materializado nas obras. Cláudia, por sua vez, cria um jogo pictórico no entorno doméstico, dessacralizando os espaços de representação da pintura e do corpo nu. Suas pinceladas engolem com apetite voraz as superfícies de panos de prato, cartas eróticas ou livros de história da arte, num jogo de prazer que funde e transfigura imagens.

 

 

 

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